top of page

Alienação parental: quando a disputa atinge a criança.

  • Foto do escritor: Roberto Mafulde Filho
    Roberto Mafulde Filho
  • 9 de out.
  • 3 min de leitura
ree

Deveres dos pais, sinais de alerta e o que a lei permite fazer


A separação de um casal não extingue a parentalidade. Quando ressentimentos viram estratégia e a criança passa a ser usada para punir o outro genitor, nasce a alienação parental — uma forma de violência psicológica que corrói vínculos, gera culpa e pode deixar marcas para a vida inteira.


Este guia explica, com linguagem direta, o que é alienação, quais os sinais, como provar e quais medidas o Judiciário pode aplicar para proteger crianças e adolescentes.

“Colocar a criança no centro do conflito adulto viola o seu direito de convívio familiar saudável.”

O que é alienação parental (sem juridiquês)

Alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida por quem detém autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o outro genitor ou dificulte os vínculos com ele. Na prática, aparecem atitudes como:

  • Desqualificar o outro pai ou mãe (“ele não presta”, “ela não liga pra você”);

  • Dificultar o contato ou criar obstáculos às visitas;

  • Omitir informações de escola, saúde ou rotina;

  • Apresentar falsas acusações para afastar o convívio.


Por que isso é grave

Crianças expostas à alienação tendem a apresentar:

  • Ansiedade, tristeza e lealdade dividida;

  • Problemas de sono e queda de rendimento escolar;

  • Rejeição injustificada a um dos genitores;

  • Dificuldade futura de confiar e se vincular.


O que a lei diz

  • Constituição Federal (art. 227): prioridade absoluta aos direitos da criança, como dignidade, educação e convivência familiar.

  • ECA (arts. 19 e 22): direito de crescer em família e dever dos pais de sustento, guarda e educação.

  • Lei 12.318/2010: define a alienação parental e autoriza medidas do Judiciário.


Medidas que o juiz pode aplicar

  • Advertência a quem pratica a alienação;

  • Ampliação do convívio com o genitor afastado;

  • Acompanhamento psicológico ou terapêutico;

  • Multa por descumprimento;

  • Reversão ou modificação da guarda;

  • Suspensão do poder familiar em casos graves.

As medidas precisam ser rápidas e proporcionais — vínculos rompidos por meses podem se tornar irreversíveis.

Sinais de alerta (para familiares e escolas)

  • A criança repete falas de adulto contra um genitor;

  • Rejeita o convívio sem motivo concreto;

  • Demonstra medo ou culpa ao mencionar o outro genitor;

  • Um dos responsáveis controla mensagens ou impede ligações;

  • Professores percebem queda repentina de rendimento e falas polarizadas (“pai bom x pai mau”).


Como reunir provas sem expor a criança

  • Faça uma linha do tempo de convivência (mensagens, fotos, comprovantes de presença);

  • Guarde registros de tentativas de contato e negativas;

  • Peça relatórios da escola e registros médicos;

  • Solicite avaliação por equipe técnica e escuta especializada em juízo.


Cuidado: alienação ≠ proteção

Há situações em que o afastamento é uma forma legítima de proteção — casos de violência ou abuso.O desafio do Judiciário é distinguir a alienação parental da proteção real, sempre com base no melhor interesse da criança.


O que fazer na prática

  1. Tente reconstruir pontes por meio de diálogo ou mediação.

  2. Documente tudo, sem expor a criança.

  3. Ajuíze pedido baseado na Lei 12.318/2010, requerendo:

    • Avaliação técnica;

    • Plano de convivência equilibrado;

    • Medidas provisórias (advertência, multa, ampliação ou reversão de guarda).

  4. Peça celeridade e revisão periódica das medidas.


E no exterior, como é?

  • Brasil: tem lei específica (Lei 12.318/2010).

  • EUA e Reino Unido: o tema é tratado por jurisprudência e programas de reunificação familiar.

  • Canadá: a “Divorce Act” (2021) reforça o princípio do best interests of the child.

  • Argentina e Chile: a obstrução de convívio é punida nas decisões de guarda.


Conclusão

Alienação parental não é “briga de adulto”, é violência emocional contra a infância. Prevenir e agir cedo é dever dos pais, das escolas e do Estado. A criança tem direito de amar e ser amada pelos dois.


Perguntas rápidas (FAQ)

Alienação parental é crime?

Não. Mas pode gerar multa, reversão de guarda e até suspensão do poder familiar.

Posso gravar conversas para provar?

Quem participa da conversa pode gravar, mas evite expor a criança.

E se a criança disser que não quer ver o outro genitor?

Procure apoio psicológico e peça orientação judicial. Forçar pode agravar o trauma.

Suspeito de abuso. O que fazer?

Procure o Conselho Tutelar e peça escuta especializada. Denúncias reais nunca devem ser confundidas com alienação.


Agende uma consulta

Se você vive uma situação de afastamento injustificado entre pai, mãe e filho, é possível pedir medidas urgentes e reconstruir o vínculo familiar com base na lei.Atendimento especializado em Direito de Família e Proteção da Criança.

Roberto Mafulde Filho – OAB/SP 330.855

www.robertomafuldefilho.com.br @robertomafuldefilho

Contato: (11) 97547-7621

 
 
 

Comentários


Entre em contato agora e saiba como podemos te ajudar.
Seja bem vindo!
Hoje com whatsapp tudo é mais fácil, não é mesmo?
Se optar por um bate-papo mais rápido, estaremos prontos para te atender!
Pode nos chamar quando quiser.

+5511975477621

Rua Tabatinguera, 462 - Sé - São Paulo-SP - CEP 01020-000

RMF | Advocacia Personalizada. Todos os direitos reservados. 2013-2025
política de Privacidade e cookies

bottom of page